Prisão cautelar, argumentação e proporcionalidade: uma proposta para a fundamentação das decisões judiciais
DOI:
https://doi.org/10.22197/rbdpp.v6i1.268Parole chiave:
Prisão Cautelar, Proporcionalidade, Fundamentação, Argumentação Jurídica, Discricionariedade.Abstract
A pesquisa busca solucionar o problema da falta de um modelo adequado para a fundamentação das decisões que tratam sobre prisões cautelares tendo em vista a sua inadequada aplicação prática. Utiliza-se como hipótese um modelo argumentativo baseado na proporcionalidade e apresentado em forma de axiomas, o qual seria capaz de resolver o problema da fundamentação, pois atrelado a preservação de direitos fundamentais. Objetiva-se, então, estabelecer um modelo para a fundamentação de decisões judiciais que tratam sobre prisões cautelares com vistas a reduzir a discricionariedade. Para atingir o objetivo do estudo, foi empregado o método dedutivo, além dos meios de pesquisa eletrônico e bibliográfico. As pesquisas se deram por meio de doutrinas gerais e específicas sobre o assunto, bem como artigos científicos. Como referencial teórico utiliza-se a doutrina de Robert Alexy, de Luigi Ferrajoli, bem como a crítica hermenêutica do direito de Lenio Streck. Conclui-se pela necessária utilização da proporcionalidade a partir de uma leitura da hermenêutica filosófica pela decisão que decreta ou mantém prisões cautelares, sendo sempre necessário atentar-se para a gravidade da medida imposta e o fim que ela procura tutelar. Não se deve admitir medidas inadequadas, desnecessárias ou extremamente gravosas, devendo-se observar as circunstâncias concretas do fato, sendo incabíveis motivações genéricas e abstratas.
Downloads
Riferimenti bibliografici
ALEXY, Robert. Teoria dos direitos fundamentais. 2.ed. Trad. Virgílio Afonso da Silva. São Paulo: Malheiros Editores, 2012.
ARISTÓTELES. Arte retórica e arte poética. Trad. Antônio Pinto de Carvalho; Jean Voilquin; Goffredo Telles Júnior. Tecnoprint, 1969.
ATIENZA, Manuel. O direito como Argumentação. Trad. Manuel Poirier Braz. Lisboa: Escolar Editora, 2004.
BADARÓ, Gustavo Henrique Righi Ivahy. A prisão preventiva e o princípio da proporcionalidade: proposta de mudanças legislativas. Revista da Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo. v. 103, p. 381 - 408, jan./dez. 2008.
CANOTILHO, José Joaquim Gomes. Direito constitucional. 7.ed. Coimbra: Livraria Almedina, 2003.
CHOUKR, Fauzi Hassan. Medidas cautelares e prisão processual: Comentários à lei 12.403/2011. Rio de Janeiro: Forense, 2011.
DELMANTO, Fabio Machado de Almeida. Medidas substitutivas e alternativas à prisão cautelar. Rio de Janeiro: Renovar, 2008.
FEDATO, Matheus Arcangelo; KAZMIERCZAK, Luiz Fernando. Análise Crítica da expressão “garantia da ordem pública” na prisão preventiva. Revista da Faculdade de Direito do Sul de Minas, Pouso Alegre, Edição Especial: 41-59, 2019. ISSN: 2447-8709.
FELDENS, Luciano. Direitos Fundamentais e Direito Penal: a Constituição Penal. 2. ed. rev. e ampl. Porto Alegre: Livraria do Advogado Editora, 2012.
FERRAJOLI, Luigi. Direito e razão: teoria do garantismo penal. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2002.
FERRAJOLI, Luigi. El garantismo y la filosofía del derecho. Bogotá: Universidad Externado de Colombia, 2000.
FERRAJOLI, Luigi. Garantismo: Debate sobre el derecho y la democracia. Trad. Andrea Greppi. Madrid: Editorial Trotta, 2006.
FERRAZ JUNIOR, Tércio Sampaio. Introdução ao Estudo do Direito: Técnica, Decisão, Dominação. 2. ed. Atlas: São Paulo, 1994.
GADAMER, Hans-Georg. Verdade e método: traços fundamentais de uma hermenêutica filosófica. Vol. I. Petrópolis: Editora Vozes, 2014.
HEIDEGGER, Martin. Ser e Tempo. Trad. Fausto Castilho. Campinas: Editora da Unicamp, 2012.
LOPES JUNIOR, Aury. Prisões Cautelares. 4.ed.rev.atual e ampl. São Paulo: Saraiva, 2013.
LOPES JUNIOR, Aury. Direito Processual Penal. 12. ed. São Paulo: Saraiva, 2015.
MORAIS, Fausto Santos de. Ponderação e Arbitrariedade: A inadequada recepção de Alexy pelo STF. Salvador: Juspodvm, 2016.
NEVES, Marcelo. Entre Hidra e Hércules: Princípios e regras constitucionais como diferença paradoxal do sistema jurídico. São Paulo: Martins Fontes, 2013.
OLIVEIRA, Eugênio Pacelli de. Curso de Processo Penal. 18. ed. rev. ampl. e atual. São Paulo: Atlas, 2014.
PINHO, Ana Cláudia Bastos de. Para além do garantismo: uma proposta hermenêutica de controle da decisão penal. Belém: UFPA/Instituto de Ciências Jurídicas, 2011.
PRADO, Geraldo; MELCHIOR, Antonio Pedro. Breve análise crítica da lei n. 12.403, de 2011, que modifica o regime das cautelares pessoais no processo penal brasileiro. In. Boletim IBCCRIM – Ano 19 – Nº 223 – Junho 2011.
RODRIGUEZ, José Rodrigo. Como Decidem as Cortes? Para uma crítica do direito (brasileiro). Rio de Janeiro: FGV Editora, 2013.
SANGUINÉ, Odone. Prisão Cautelar, medidas alternativas e direitos fundamentais. Rio de Janeiro: Forense, 2014.
SILVA, Virgílio Afonso da. O proporcional e o razoável. Revista dos Tribunais, São Paulo, n. 798, p. 23-50, 2002.
STRECK, Lenio Luiz. Hermenêutica Jurídica e(m) Crise: uma exploração hermenêutica da construção do Direito. 3ª ed. Porto Alegre: Livraria do Advogado, 2001.
STRECK, Lenio. O que é isto – decido conforme minha consciência?. 4.ed.rev. Porto Alegre: Livraria do Advogado Editora, 2013.
Dowloads
Pubblicato
Fascicolo
Sezione
Licenza
As of 2022, articles published in the RDPP are licensed under Creative Commons Atribuição 4.0 Internacional. rticles published until 2021 adopted the Creative Commons Atribuição-NãoComercial 4.0 Internacional.