Breve ensaio sobre a legitimidade do ativismo judicial no processo penal: limites e consolidação como prática jurídica

Autori

DOI:

https://doi.org/10.22197/rbdpp.v4i3.153

Parole chiave:

Ativismo judicial, Controle, Decisão, Separação dos poderes, Neoconstitucionalismo.

Abstract

O presente ensaio visa a analisar o ativismo judicial como ferramenta de controle das manifestações judiciais. O tema do artigo é a atuação do magistrado como legislador por meio da adoção de uma postura criativa e inovadora frente ao processo penal. O objeto de análise do trabalho é verificação da (in)compatibilidade do ativismo judicial como ferramenta de controle e convicção das decisões no sistema jurídico-penal brasileiro. A hipótese de pesquisa gira em torno da questão relativa à violação ao fundamento democrático e o próprio desenvolvimento da função judicante. Isto é, como os intérpretes da lei compatibilizam o processo político democrático com a prática do ativismo judicial? O método de abordagem será o dedutivo, adotando-se como procedimento o bibliográfico. Destarte, em primeiro, propõe, o presente artigo, uma leitura sobre o conceito de ativismo e os principais problemas de utilização desta ferramenta para, ao depois, analisar-se a questão da utilização do fenômeno do ativismo judicial pelos magistrados de primeira instância como ferramenta de domínio de suas decisões.

Downloads

La data di download non è ancora disponibile.

Biografie autore

  • Aline Pires de Souza Machado de Castilhos, Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul – Porto Alegre/RS
    Mestranda em Ciências Criminais na PUCRS. Especialista em Direito Penal e Política Criminal pela UFRGS. Auxiliar de juiz do TJRS junto a 10a Vara Criminal de Porto Alegre.
  • Roberta Eggert Poll, Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul – Porto Alegre/RS
    Mestre em Ciências Criminais pela PUCRS. Especialista em Direito Público pela UNESA. Advogada Criminalista.

Riferimenti bibliografici

ABBOUD, Georges; LUNELI, Guilherme. Ativismo Judicial e instrumentalidade do processo. Diálogos entre discricionariedade e democracia. Revista de Processo, São Paulo, n. 242, p. 19-45, abr. 2015.

ALEXY, Robert. Teoria dos Direitos Fundamentais. Tradução Virgílio Afonso da Silva. São Paulo: Malheiros, 2008.

ARANHA, Mariana Domigues de Castro Camargo; ARANHA FILHO, José Queiroz Telles de Camargo. A legitimidade constitucional do ativismo judicial. Revista de Direito Constitucional e Internacional, ano 86, p. 207-325, jan./mar. 2014.

BARROSO, Luis Roberto. Judicialização, ativismo judicial e legitimidade democrática. Anuario iberoamericano de justicia constitucional, Madrid, ano 15, n. 13, p. 17-32, jan./dez. 2009.

BARROSO, Luís Roberto. Constituição, democracia e supremacia judicial: direito e política no Brasil contemporâneo. In: Paula, Daniel Giotti de; FELLET, André Luiz Fernandes; NOVELINO, Marcelo (orgs.) As novas faces do ativismo judicial. Salvador: JusPodivm, 2011.

BEDAQUE, José Roberto dos Santos. Poderes Instrutórios do Juiz. 6. ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2011.

BRANCO, Paulo Gustavo Gonet. Em busca de um conceito fugidio – o ativismo judicial. In: DE PAULA, Daniel Giotti; FELLET, André Luiz Fernandes; NOVELINO, Marcelo (orgs.) As novas faces do ativismo judicial. Salvador, JusPodivm, 2011.

CAMARGO, Gerson Ziebarth. Aspectos doutrinários favoráveis e desfavoráveis ao ativismo e à autocontenção judicial. Revista de Ciências Jurídicas e Sociais da UNIPAR, Umuarama, ano 18, n. 19, p. 233-264, jul./dez. 2016.

CAPPELLETTI, Mauro. Juízes Legisladores? Tradução de Carlos Alberto Alvaro de Oliveira. Porto Alegre: Sérgio Antonio Fabris Editor, 1993.

CARVALHO, Márcia Haydêe Porto de; SILVA, Júlio César Souza. O STF em sede de controle de constitucionalidade: justificação e legitimidade de suas decisões em um contexto de revisão da teoria da separação dos poderes. Revista de Direito Constitucional e Internacional, n. 97, p. 143-164, set.-out. 2016.

CASTRO, Alexandre Fonseca Monteiro de. Ativismo judicial e imparcialidade da jurisdição. Boletim IBCCRIM, São Paulo, n. 281, abr. 2016.

CONTINENTINO, Marcelo Casseb. Ativismo judicial: proposta para uma discussão conceitual. Revista de informação legislativa - RIL, Brasília, ano 49, n. 193, p. 141-149. jan./mar. 2012.

CRUZ, Álvaro Ricardo de Souza. Processo Constitucional e direitos fundamentais: ensaio sobre uma relação indispensável à configuração do estado democrático de direito. Revista do Tribunal de Contas do Estado de Minas Gerais, Belo Horizonte, ano 71, n. 2, p. 63-91, abr./jun. 2009.

DELFINO, Lúcio; FERREIRA, Ziel Lopes. Streck, Fonseca Costa, Kahneman e Tversky: todos contra o ativismo judicial probatório de Michele Taruffo. Revista de Processo, São Paulo, n. 255, p. 141-166, maio. 2016.

ELY, John Hart. Democracia e Desconfiança: uma teoria do controle judicial de constitucionalidade. Tradução Juliana Lemos. São Paulo: Martins Fontes, 2010.

FALAVIGNO, Chiavelli Facenda. Interpretação Judicial Criativa: análise teórica e jurisprudencial. Revista Direito e Inovação, Frederico Westphalen, ano 2, n. 2, p. 35-43, jul. 2014.

FARIAS, Rachel Nunes de Carvalho. O ativismo judicial e a ingerência do poder judiciário na escolha das políticas públicas. Revista de Direito Constitucional e Internacional, São Paulo, ano 101, n. 80, p. 57-81, mai./jun. 2017.

FERRAJOLI, Luigi. O direito como sistema de garantias. In: OLIVEIRA JR., José Alcebíades (org.). O novo em direito e política. Porto Alegre, Livraria do Advogado, 1997. p. 90-91.

FERREIRA, Eber de Meira. Poder Judiciário, Ativismo Judicial e Democracia. Dissertação (Mestrado em Direito) – Universidade de São Paulo, São Paulo. 2014.

FRANCO, Aline Fonseca; COSTA FILHO, José de Oliveira. Pode o judiciário agir concretamente além dos limites de sua competência – ativismo judicial e judicialismo da política. Colloquium Humanarum, Presidente Prudente, ano 12, n. 1, p. 155-162, jan./abr. 2015.

FREITAS, Juarez. A hermenêutica jurídica e a ciência do cérebro: como lidar com os automatismos mentais. Revista da Ajuris, Porto Alegre, ano 40, n. 130, p. 223-244, jun. 2013.

HABERMAS, Jünger. Direito e Democracia: entre facticidade e validade. 2. ed. Tradução Flávio Beno Siebeneichler. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 2012.

JUNIOR SCHLESINGER, Arthur M. The Supreme Court. Fortune, Tampa, ano 35, n. 73, p. 202-208, jan. 1947.

LOCKE, John. Dois tratados sobre o governo. São Paulo: Martins Fontes, 1998.

MEDEIROS, Jackson Tavares da Silva de. Neoconstitucionalismo e ativismo judicial – limites e possibilidades da jurisdição constitucional. Revista de Direito Constitucional e Internacional, São Paulo, ano 84, p. 175-221, jul./set. 2013.

MENDES, Conrado Hüber; SILVA, Virgílio Afonso da. Habermas e a Jurisdição Constitucional. In: NOBRE, Marcos; TERRA, Ricardo. Direito e Democracia: um guia de leitura de Habermas. São Paulo: Malheiros, 2008.

MONTESQUIEU, Charles de Secondat. O Espírito das Leis. Tradução Pedro Vieira Mota. São Paulo: Saraiva, 1987.

OLIVER, Luciana Zanchetta. Ativismo Judicial no Brasil e as consequências de sua consolidação. Dissertação (Mestrado em Direito) – Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, São Paulo, 2016.

PAULA, Daniel Giotti de; FELLET, André Luiz Fernandes; NOVELINO, Marcelo (orgs.) As novas faces do ativismo judicial. Salvador: JusPodivm, 2011.

PEREZ, Carlos Alberto Navarro. Relação entre o ativismo judicial e a atuação deficiente do poder legislativo: altruísmo e desserviço da democracia. Revista de Direito Constitucional e Internacional, São Paulo, ano 20, n. 78, p. 115-149, jan./mar. 2012.

PRADO, Geraldo. Sistema acusatório: a conformidade constitucional das leis processuais penais. 3. ed. Rio de Janeiro: Lúmen Júris, 2010, p. 132.

RAMOS, Elival da Silva. Ativismo judicial. São Paulo: Saraiva, 2010.

RAMOS, Glauco Gumerato. Repensando a prova de ofício. Revista de Processo, São Paulo, n. 190, p. 315-337, dez. 2010.

ROCHA, Jean Paul C. Veiga da. Separação dos Poderes e Democracia Deliberativa. In: NOBRE, Marcos; TERRA, Ricardo. Direito e Democracia: um guia de leitura de Habermas. São Paulo: Malheiros, 2008.

RUA, Mónica Maria Bustamente. La relación Del estándar de prueba de La Duda razonable y la presusunción de inocencia desde el garantismo procesal en el proceso penal colombiano. Opinión Jurídica, Medellín, ano 9, n. 7, p. 71-91, jan-jun. 2010.

SILVA, Diogo Bacha e. Ativismo judicial ou contrarrevolução jurídica: em busca da identidade social do poder judiciário. Revista de informação legislativa - RIL, Brasília, ano 53, n. 210, p. 165-179. abr./jun. 2016.

SILVA, José Afonso da. Curso de Direito Constitucional Positivo. 28. ed. São Paulo: Malheiros, 2005.

SOUZA, Artur César de. O ativismo judicial no processo penal e a imparcialidade do juiz. Revista dos Tribunais, São Paulo, n. 868, p. 655-286, jun. 2012.

SEGUNDO, Antonio de Holanda Cavalcante; SANTIAGO, Nestor Eduardo Araruna Santiago. Íntima Convicção, veredictos dos jurados e o recurso de apelação com base na contrariedade à prova dos autos: necessidade de compatibilidade com um processo de base garantista. Revista Brasileira de Ciências Criminais, Porto alegre, n. 116, p. 149-172, set-out. 2015.

STRECK, Lênio Luiz. O Panpricipiologismo e a “Refundação Positivista”. In: COUTINHO, Jacinto Miranda; FRAGALE, Roberto; LOBÃO, Ronaldo. Constituição e Ativismo Judicial: limites e possibilidades da norma constitucional e da decisão judicial. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2012.

STRECK, Lênio Luiz. Verdade e consenso. 5. ed. São Paulo: Saraiva, 2014.

URBANO, Maria Benedita. The law of judges: attempting against Montesquieu legacy or a new configuration for an old principle? VIII World Congress of the Internacional Association of Constitutional Law, México, n. 6-10, dez. 2010.

VIEIRA, Andréia Costa. Civil Law e Common Law: os dois grandes sistemas legais comparados. Porto Alegre: Fabris, 2007.

VIEIRA, Oscar Vilhena. A moralidade da Constituição e os Limites da Empreitada Interpretativa, ou entre Beethoven e Bernstein. In: SILVA, Virgílio Afonso da. Interpretação Constitucional. São Paulo: Malheiros, 2007.

WECHSLER, Herbet. Toward Neutral Principles of Constitutional Law. Harvard Law Review, Massachusetts, ano 73, n. 1, p. 1-35, nov. 1959. https://doi.org/10.2307/1337945

Pubblicato

2018-10-31

Fascicolo

Sezione

Fondamenti del Diritto Processuale Penale

Come citare

Pires de Souza Machado de Castilhos, A., & Poll, R. E. (2018). Breve ensaio sobre a legitimidade do ativismo judicial no processo penal: limites e consolidação como prática jurídica. Revista Brasileira De Direito Processual Penal, 4(3), 1217-1246. https://doi.org/10.22197/rbdpp.v4i3.153